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Seminário debate Indústria 4.0 e o déficit educacional

Por Não especificar um autor

Discutir o papel do próprio ser humano na 4ª Revolução Industrial para resgatar a essência de sua própria natureza no pós-pandemia. Essa foi a proposta da 5ª edição do Seminário de Manufatura Automotiva, promovida online, no último dia 16, pela AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, cujo tema foi “Da Indústria 4.0 para a Sociedade 5.0: o resgate do ser humano no pós-pandemia”.

O evento reuniu estudantes, engenheiros e profissionais do setor da mobilidade e de outros setores. Foi ainda palco para o lançamento da 2º Desafio AEA de Manufatura Avançada, previsto para 2021, e apresentado por Carlos Sakuramoto, professor e diretor de Manufatura e de Materiais da entidade, quem também fez um balanço da 1ª edição do Desafio, desenvolvida ao longo deste ano. O projeto, inédito, prevê inclusão dos estudantes de escolas do Ensino Fundamental e Médio da rede pública dos Estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro na iniciação em IA e IoT.

Na oportunidade, o professor compartilhou ainda os avanços e conquistas da turma da 1ª edição que teve a adesão de 63 alunos. Entre os progressos, a passagem de noções básicas de programação para estruturação da montagem de um carro, utilizando lógica de programação.

A apresentação de abertura do seminário foi realizada por Besaliel Botelho, presidente da AEA, quem destacou a importância da Indústria 4.0 no setor automotivo brasileiro para que polo produtivo nacional seja competitivo tanto no mercado interno como nas exportações.

Em palestra “Impactos das tecnologias i4.0 na Indústria e consequências no pós-pandemia: uma atualização sobre as realizações da Câmara Brasileira da Indústria 4.0”, Eliana Emediato, coordenadora-geral de Transformação Digital do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) sintetizou todas as iniciativas de apoio e de incentivo à Indústria 4.0.

“Entre os desafios do atual Plano de Ação do Ministério, vale destacar o aumento da competitividade e produtividade das empresas brasileiras, melhorar a inserção do Brasil nas cadeias globais de valor, introduzir o uso de tecnologias da Indústria 4.0 nas pequenas e médias empresas, garantir instrumentos para que soluções de empresas de base tecnológica, startups e integradoras possam ser disponibilizadas diretamente às empresas, desenvolver soluções para a Indústria 4.0 adequadas às empresas do parque produtivo e, por fim, evitar a sobreposição de esforços de instituições públicas e privadas para solucionar necessidades e demandas da Indústria 4.0 no Brasil”, disse Emediato.

Painel 1 – Foi promovido pelo evento o papel, as aplicações da Inteligência Artificial na Sociedade 5.0, trazendo não só um alerta, mas como um universo de oportunidades para uma sociedade e um futuro mais próspero. “As lições apreendidas durante a pandemia: Indústria 4.0 e a Covid-19 – riscos e oportunidades” foi o tema geral.

A palestra “O papel da inteligência artificial para impulsionar a indústria e a sociedade no pós-pandemia” foi ministrada pelo Dr. Kai Lindow, chefe do Departamento de Informação do Instituto Fraunhofer, quem apontou sobre a necessidade de transformação de fornecedores automotivos em fornecedores de mobilidade total, de modelos de negócios baseados em dados para mobilidade combinada, além das competências essenciais digitais necessárias com suporte de IA.

O presidente do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas, Jefferson Gomes, marcou presença no evento online da entidade com apresentação “Impactos das tecnologias i4.0 na Economia e consequências no pós-pandemia”.

Gomes trouxe à tona as interferências do déficit educacional diretamente no mercado de trabalho. “Não se trata de uma novidade. A tecnologia frequentemente é simplesmente empurrada. Mas é preciso responder a diversas variáveis. Qual é a tecnologia a investir? Quais os sensores que serão usados? Qual é o algoritmo a ser empregado?”, questionou.

“Ainda é cedo para definir qual será o futuro do home office e teletrabalho nas empresas, mas mesclar trabalho presencial e a distância deverá ser comum no cenário pós-pandemia”, disse Guilherme Souza, da Denso, em palestra “Impactos das tecnologias i4.0 na Indústria e consequências no pós-pandemia”.

De acordo com Souza, segundo pesquisas de consultorias de RH, a maioria das empresas brasileiras afirma que atingiram ou superaram suas expectativas de resultados com o home office. E o que fica claro é que a pandemia provocou uma mudança na sociedade e as pessoas passaram a valorizar outras coisas que não só o trabalho. E quando um valor muda, a cultura também muda. Desta forma, se as empresas não acompanharem esta mudança, é provável que deixem de ser atrativas para os melhores talentos”, concluiu.

O evento da AEA foi encerrado após debate entre os palestrantes, mediado por Anderson Suzuki, diretor de Eventos e Comunicação da AEA.

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