Na esteira das contribuições com o cenário brasileiro do desenvolvimento da indústria, a AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva promoveu na última terça-feira, dia 1º de setembro, o Simpósio de Eficiência Energética, Emissões e Combustíveis. Por meio de evento online, a entidade compartilhou oportunidades e experiências da engenharia com foco na implantação de tecnologias globais e o desenvolvimento local para atendimento às legislações ambientais, matriz energética e cada vez mais o uso do biocombustíveis.
O evento reuniu especialistas e representantes de órgãos governamentais, fabricantes de veículos automotores, autopeças, produtores de aditivos, fornecedores de equipamentos do setor automotivo, fabricantes de ciclomotores, empresas produtoras de combustíveis e distribuidoras, acadêmicos e estudantes em geral.
A apresentação de abertura do simpósio foi feita por Besaliel Botelho, presidente da AEA, que pontuou a intensa participação da entidade nos dois programas governamentais – Inovar-Auto e Rota 2030 -, nos quais o tema eficiência energética, emissões e combustíveis norteou a melhoria da qualidade dos veículos brasileiros. Antes, porém, fez uma homenagem póstuma, em nome da AEA, a José Luiz Vieira, jornalista e engenheiro automotivo, falecido em maio último.
Em palestra “Diesel Verde”, o presidente da BSBIOS, empresa brasileira produtora de biodiesel, Erasmo Carlos Battistella, compartilhou sua visão aos biocombustíveis avançados e Renovabio. “A demanda por combustíveis renováveis é impulsionada pela descarbonização dos transportes e pelo desenvolvimento rural e é impulsionada por metas e mandatos ambiciosos para biocombustíveis (misturas obrigatórias) em todo o mundo. Nesse ambiente, o Diesel Renovável e o Combustível para Aviação Renovável serão indispensáveis para combater as mudanças climáticas e cumprir as metas de redução de Gases do Efeito Estufa (GEE)”, afirmou Battistella.
A sugestão da BSBIOS é que o Brasil deve caminhar na mesma direção que o resto do mundo e, para isso, necessita ter a manutenção do marco regulatório do biodiesel, com a meta de se atingir o B20 em 2028, além de criar um novo marco regulatório focado na produção dos biocombustíveis avançados em novas unidades exclusivas produtoras de HVO, SPK e Green Naphtha. “Desta forma será desenvolvida uma nova cadeia de tecnologia no país”, finaliza Battistella.
“A perspectiva brasileira de eficiência energética e emissão de CO2 e análise das alternativas tecnológicas” foi a temática apresentada por Everton Silva, da Mahle. Segundo ele, “para garantir a redução real de CO2, a abordagem das análises Well-to-Wheels (WTW) deve ser introduzida em legislação. É preciso perseguir os objetivos de estimar a emissão de gases de efeito estufa e eficiência energética e custos industriais de uma ampla gama de opções de combustíveis automotivos e trens de força significativas para a Europa em 2020.
Além disso melhorias nas especificações de combustível são necessárias para permitir a introdução de novas tecnologias”, disse.
“A mobilidade sustentável necessita do uso de tecnologias avançadas para garantir as baixas emissões de poluentes e de CO2 em todo ciclo (produção, operação – emissões, fonte da energia – e fim de vida útil), além de segurança técnica do veículo novo e em uso (inspeção) e consumidores conscientes e motoristas treinados por meio da fiscalização”, informou Stephan Blumrich, da Umicore, em apresentação “Estratégias e tecnologias para o controle de emissões veiculares”.
Em apresentação “Emissões evaporativas de veículos etanol”, os palestrantes Rafael Rossine e Danilo Torres demonstraram que grande parcela das emissões evaporativas é proveniente do veiculo e não do sistema de combustível. “Devido ao PL7, é necessário que o método utilizado pelo CFR (fotoacústico / _impinger_) seja considerado como alternativa técnica para os cálculos de emissões evaporativas utilizando etanol. Vale acrescentar que o analisador fotoacústico e o _Impinger_ são métodos já validados pela regulamentação americana”, disse Torres.
O Simpósio de Eficiência Energética, Emissões e Combustíveis foi encerrado com um debate entre os palestrantes mediado por Ricardo Abreu, membro associado da Bright Consulting. O evento da entidade ainda contou uma _live_, na qual Damian Moretti, da Renault, Edneia Caliman, da ANP, e Franck Turkovics, consultor automotivo, debateram sobre as “Tecnologias do ciclo Otto e a nova gasolina”.
O evento completo da AEA pode ser acessado por meio do link:
https://www.youtube.com/watch?v=vEj2s3KQSmw
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