Mobilidade, smart city, globalização, digitalização, sustentabilidade e o Rota 2030, com foco em pesquisa e desenvolvimento, foram alguns dos temas de destaque na abertura e nos painéis do 27º SIMEA – Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva, realizado nos dias 21 e 22 de agosto no Novotel São Paulo Center Norte, na capital paulista, com a participação de cerca de 900 executivos e profissionais da cadeia automotiva brasileira.
“Não vamos avançar em produtividade sem inovação e coragem”, destacou o presidente da AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, organizadora do SIMEA, Flávio Sakai, na cerimônia de abertura do simpósio na manhã de quarta-feira, 21.
Sakai lembrou que o setor está em fase de implementação dos projetos e programas prioritários de pesquisa, conhecidos como PPPs, previstos no Rota 2030, destacando a importância dos investimentos em P&D para a consolidação do polo automotivo brasileiro.
Além do presidente da AEA, também os demais participantes da cerimônia de abertura do SIMEA falaram da importância do Rota 2030 e dos novos rumos da indústria automotiva brasileira. Entre eles, Antonio Megale, presidente de honra da edição 2019 do simpósio; Gábor Deàk, consultor do Sindipeças; Maurício Lavoratti, coordenador do evento; Joseph Henry Jr, diretor técnico da Anfavea; Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo; e José Antonio Silvério, do SEMPI/MCTIC.
Da parte do governo federal, o secretário de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia (SDIC/ME), Caio Megale, palestrou na abertura do simpósio, ocasião em que definiu o Rota 2030 como um programa de sucesso. “Ele estabelece uma fonte de recursos para inovar, fundamental para a retomada dos investimentos”.
Mobilidade – No primeiro dia do evento, painel realizado no auditório abordou o tema “Inovações em mobilidade e urbanização do futuro”, com a participação de Paulo Cardamone, chief of strategy da Bright Consulting, e de Rodrigo Chaves, chief of technology office da VWCO, Volkswagen Caminhões e Ônibus.
Cardamone falou sobre smart city brasileira e visão do futuro para a mobilidade sustentável no Brasil. “Não é possível reconstruir as cidades. Temos de transformar a sociedade”, destacou. “Temos de utilizar tecnologia para tornar as cidades inteligentes”.
Segundo ele, até 2025 haverá 25 cidades inteligentes no mundo. Sobre mobilidade, comentou o elevado número de mortos no trânsito no Brasil e os elevados custos que isso gera. Defendeu a necessidade de se investir em tecnologia e soluções as vezes até simples para reduzir as mortes principalmente nos grandes centros. “E necessário urbanizar de forma sustentável”.
Na opinião de Cardamone, seria muito importante a volta da inspeção veicular e a implantação de sistema de reciclagem de veículos no Brasil para garantir maior segurança no trânsito e também reduzir a poluição. “Sem contar que a reciclagem geraria venda de 500 veículos novos por ano, movimentando o setor e a economia brasileira”.
Rodrigo Chaves, por sua vez, falou sobre como as tendências da mobilidade estão influenciando os negócios da indústria automotiva. Segundo ele, não basta hoje vender e oferecer serviços. “Já vemos uma demanda para que as montadoras ofereçam soluções de transporte. Essa é uma grande oportunidade para os players do setor”.
O executivo falou do sucesso do e-Delivery e do Volksbus e-flex, lançados pela montadora há um ano. O caminhão está sendo utilizado pela Ambev, que já conta com frota de 1,6 mil unidades.
No painel sobre o Rota 2030 na quinta-feira, 22, Adriana Regina Martin, diretora do departamento de Apoio a Inovação da Secretaria de Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Economia, informou que está programado para 20 de setembro a divulgação dos seis projetos e programas prioritários credenciados ao Rota 2030 e as instituições responsáveis por eles.
Foram inscritas 59 propostas, sendo que uma foi descredenciada. Também o coordenador da indústria automotiva do Ministério da Economia, Ricardo Zomer, participou do painel sobre “O novo regime automotivo brasileiro: as soluções da engenharia nacional”, explicando toda a logística do Rota 2030.
Os dois outros participantes do painel sobre o Rota 2030 foram o diretor de Planejamento e Gestão da Embrapii, José Luís Gordon, e o diretor de Relações Governamentais da General Motors, Adriano Barros. A Embrapii está entre as instituições que apresentaram proposta para receber recursos para P&D no Rota 2030. Além de debates e palestras de alto conteúdo técnico sobre temas fundamentais do cenário atual – entre elas as de Gianni López, diretor do Centro Mário Molina, do Chile sobre “O desafio do mundo da mobilidade em busca de eficiência”, a de Luiz Fernando Oliveira, da Renault, sobre “Como as montadoras e sua cadeia de valor estão encarando os novos serviços de mobilidade”, a de Daniel Scuzzarello, que abordou “O impacto da transformação digital na engenharia de mobilidade”, a de Helio Akira Oyama, da Qualcomm Technologies, sobre “Key factor for mobility consumer” e, finalmente, a de Heiko Weller, sênior vice-presidente de Engenharia da Robert Bosch GmbH, que dissertou o tema “Modern prowertrain developments for passanger car” -, aconteceram 54 sessões técnicas sobre temas específicos de engenharia automotiva nos dois dias do SIMEA 2019.
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